sábado, 13 de junho de 2009

Láuro Ceasr Muniz


Lauro César Muniz (Ribeirão Preto, 1938) é um escritor brasileiro, famoso autor de telenovelas, roteiros cinematográficos e peças teatrais. É pai da atriz Fernanda Muniz e de criação da também intérprete Marcela Muniz.

Ínicio da Carreira

Iniciou a carreira escrevendo para teatro, tendo ganho em 1959 dois prêmios por sua peça Este ovo é um galo, sátira à Revolução Constitucionalista de 1932. Em 1963, é encenada a peça que lhe daria maior projeção, O Santo Milagroso (que trata de maneira inventiva e divertida as contradições religiosas de uma cidade do interior), que depois seria adaptada para cinema e televisão. Em 1966 escreve sua primeira telenovela, Ninguém Crê em Mim, produzida pela TV Excelsior e considerada a primeira "novela de autor" da teledramaturgia. Na mesma emissora escreveria ainda uma adaptação para o formato telenovela do romance O Morro dos Ventos Uivantes. Depois vai para a Rede Tupi, na qual escreve Estrelas no Chão, exibida em 1967, novela na qual tenta uma revolução temática e lingüística que só alcançaria sucesso no ano seguinte, com Beto Rockfeller, de Bráulio Pedroso.

[editar] Record, Globo e Bandeirantes:

Em 1970 escreve uma bem-sucedida novela adaptando o romance As Pupilas do Senhor Reitor, de Júlio Dinis, para uma produção da TV Record, emissora na qual faria ainda Os Deuses Estão Mortos e sua seqüência Quarenta Anos Depois, duas tramas que abordaram a trajetória de poderosas famílias do interior paulista no período de transição da Monarquia para a República. Sua estréia na Rede Globo acontece em 1972 como substituto do autor Bráulio Pedroso na tarefa de escrever O Bofe. Trabalho considerado satisfatório, Lauro então recebe carta branca para elaborar uma história como autor principal e estréia de fato como novelista na emissora com Carinhoso, que desenvolvera inspirado na trama do filme Sabrina, de Billy Wilder, com Audrey Hepburn, Humphrey Bogart e William Holden. Na novela, os personagens correspondiam aos de Regina Duarte, Cláudio Marzo e Marcos Paulo, respectivamente. Em 1974 começa junto com Gilberto Braga a escrita da novela Corrida do Ouro, outra comédia inspirada nos clássicos de Hollywood, mas acaba levando a empreitada adiante sozinho a partir de um determinado ponto, já que Gilberto, inexperiente à época, não se habituou ao ritmo de trabalho.

Seu primeiro grande sucesso na Globo (e uma das mais representativas telenovelas brasileiras) vem em 1975, no horário nobre das 20h: Escalada, que conta a trajetória de Antônio Dias (Tarcísio Meira), personagem inspirado no próprio pai de Lauro César, da juventude à velhice, passando por suas lutas políticas e sociais, o casamento infeliz, a busca pela felicidade ao lado do grande amor e até mesmo sua incursão no processo de construção de Brasília, indo dos anos 30 à atualidade, 75. Depois, inova a narrativa em telenovela ao contar três épocas distintas ao mesmo tempo em O Casarão, inquietante e poética abordagem da decadência de uma cidade produtora de café do interior de São Paulo, e traz os bastidores do mundo artístico em Espelho Mágico, interessante trama de metanovela que, devido à complexidade de sua proposta, não alcança nenhum êxito. No ano de 1979 acompanha o grande sucesso de sua peça Sinal de Vida no teatro (obra quase autobiográfica, versa sobre os problemas de um dramaturgo com o meio televisivo e com a repressão política) e a polêmica e pouca aceitação de Os Gigantes, trama do horário nobre. O resultado aquém da expectativa acarreta a saída de Lauro César da Rede Globo. Ingressa na Rede Bandeirantes e em 1981 vai ao ar sua única novela nessa emissora, Rosa Baiana. Após seu trabalho na Rede Bandeirantes, Lauro escreveu uma história para a TV mexicana, La Grán Mentira, em 1982.

[editar] A volta à Globo:

Em 1983, com a trágica e inesperada morte do ator Jardel Filho e o abandono de Manoel Carlos do roteiro de sua novela Sol de Verão, Lauro volta à Globo e escreve os 17 capítulos finais da história. Em 1984 vai ao ar, às 19 horas, Transas e Caretas, uma interessante trama de comédia sobre o choque entre o comportamento moderno e a tradição, mas que também teve repercussão truncada, principalmente devido à mal resolvida parte final e à ação da Censura, que prejudicou o desenvolvimento da história. No ano seguinte elabora o argumento de Um Sonho a Mais e depois acaba assumindo a autoria da novela (junto com Mário Prata), que enfrentou muitos problemas por ter sido considerada "ousada demais". 1986 é o ano de sua volta à faixa nobre com o grande sucesso Roda de Fogo, um dos pontos altos de sua carreira, obra desenvolvida com Marcílio Moraes e vista como uma das mais bem escritas telenovelas, importante crítica social ao meio empresarial e político brasileiro que incorporou elementos do thriller do cinema norte-americano e consagrou definitivamente Tarcísio Meira e Eva Wilma na televisão. Em 1989 -- preocupado com os rumos do Brasil e consciente de que aquele, no qual seriam realizadas eleições presidenciais diretas depois de quase 30 anos, seria um ano importante para o país -- demonstra sua apreensão já no título de outro sucesso seu, exibido naquele ano: O Salvador da Pátria, que fora acusada de fazer uma espécie de "apologia ao contrário" ao então candidato à Presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. A novela foi saudada como a primeira da história do horário nobre totalmente livre da antiga censura do regime militar, mas ironicamente sofreu vários cortes oriundos da alta cúpula da emissora, incomodada com a provocativa trama.

[editar] Araponga, supervisão de texto e minisséries:

No início da década de 90 foi o autor, junto com Dias Gomes e Ferreira Gullar, da novela Araponga que, apesar de ter reinaugurado a faixa das 22 horas, fato este muito celebrado pela imprensa na época, perdia em audiência para Pantanal, sucesso de Benedito Ruy Barbosa exibido pela Rede Manchete. Esta foi uma das poucas vezes, desde o fim da Rede Tupi, que uma novela da Globo não conseguiu se manter em primeiro lugar na audiência.

Neste mesmo período, Muniz escreve a peça Luar em Preto e Branco, sucesso de crítica e público estrelado por Raul Cortez e Célia Helena. Nos anos seguintes reescreve Transas e Caretas para a televisão chilena (sob o título Trampas y Caretas) e atua como supervisor de texto de Carlos Lombardi em Perigosas Peruas (1992) e de Marcílio Moraes em Sonho Meu (1993).

Em 1996, assume o texto de Quem É Você (1996) no lugar de Solange Castro Neves. Muniz foi escalado como o supervisor de texto da novela, inspirada em uma sinopse de Ivani Ribeiro, mas acabou substituindo a autora após o fracasso de audiência dos primeiros capítulos.

Em 1997, retorna ao horário das 19 horas com Zazá, novela protagonizada por Fernanda Montenegro que foi prejudicada pelos esticamentos impostos pela emissora. Logo após escreve duas minisséries: Chiquinha Gonzaga (1999) e Aquarela do Brasil (2000). A primeira foi um grande sucesso e a segunda foi prejudicada por problemas do autor com o diretor Jayme Monjardim e com a própria emissora, que cortou partes da história e colocava muito tarde no ar.

[editar] Volta à Record:

Depois de cinco anos sem emplacar nenhum de seus projetos na Rede Globo, entre os quais uma minissérie sobre o poeta Castro Alves e uma outra de nome A Imperatriz do Café, Muniz voltou para a Record após cerca de 35 anos e desenvolveu uma nova história, de nome Cidadão Brasileiro, para o horário nobre. A trama tem elementos de sua clássica Escalada aliados a temas de O Casarão e seu eixo central é a ascensão de um homem, da juventude à velhice, interpretado por Gabriel Braga Nunes. A novela conseguiu satisfatórios índices de audiência e foi bastante elogiada pela crítica especializada. Atualmente escreve a nova novela das 22 horas da emissora, intitulada Poder Paralelo e prevista para estrear na segunda quinzena de março de 2009 como substituta de Chamas da Vida. As primeiras cenas da novela, estrelada dentre outros por Miriam Freeland, Tuca Andrada, Gabriel Braga Nunes e Nicola Siri, foram gravadas na cidade italiana de Palermo[1].

[editar] Cinema:

Sua participação no cinema é bem mais discreta, escrevendo ou colaborando em roteiros de poucos filmes, como Independência ou Morte (1972), de Carlos Coimbra, A Superfêmea (1972), de Aníbal Massaini Neto, O Crime do Zé Bigorna (1977), de Anselmo Duarte (originado do Caso Especial de sua autoria exibido em 1974 pela Rede Globo), Capitalismo Selvagem (1993), de André Klotzel e As Feras (1995), de Walter Hugo Khouri.

[editar] Telenovelas:

NOVELAS DE LÁURO CESAR MUNIZ:

Poder ParaleloCidadão BrasileiroZazáQuem é VocêArapongaO Salvador da PátriaRoda de FogoUm Sonho a MaisTransas e CaretasSol de VerãoRosa BaianaOs GigantesEspelho MágicoO CasarãoEscaladaSol de VerãoCorrida do OuroCarinhosoOs Deuses Estão Mortos • • Quarenta Anos DepoisAs Pupilas do Senhor ReitorEstrelas no ChãoA de AmorO Morro dos Ventos Uivantes

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